O Dia Mundial da Energia é celebrado no dia 29 de maio. Esta data comemorativa foi criada em 1981 em Portugal e logo foi adotada entre diversos países, inclusive o Brasil.
O objetivo de criação desta data é fortalecer a conscientização sobre a importância da energia e incentivar o uso sustentável dos recursos energéticos. Diversas instituições e governo aproveitam a oportunidade para realizar eventos, palestras e campanhas com foco na sensibilização do público sobre questões relacionadas à energia, incluindo os avanços tecnológicos na área de energia limpa e renovável, conservação de energia, redução das emissões de carbono e incentivar investimentos nesse setor a fim de garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.
Linha do tempo simplificada sobre a energia solar no Brasil:
1970s-1980s: O Brasil inicia suas primeiras experiências com energia solar, principalmente em aplicações isoladas, como sistemas de bombeamento de água em áreas rurais e sinalização em estradas.
1990s: Com o aumento do interesse global em energia renovável, o Brasil começa a desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento em energia solar, especialmente em universidades e instituições de pesquisa.
2002: É criada a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que passa a regulamentar e incentivar a geração de energia solar no Brasil.
2012: A ANEEL estabelece a Resolução Normativa nº 482, que estabelece as regras para a geração distribuída de energia, incluindo a geração solar fotovoltaica, abrindo caminho para o crescimento do setor.
2012: O governo brasileiro lança o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), visando incentivar a instalação de sistemas fotovoltaicos em residências, comércios e indústrias.
2014: A capacidade instalada de energia solar no Brasil atinge 15 MW, ainda em estágio inicial, mas mostrando um crescimento promissor.
2015: O Brasil realiza seu primeiro leilão exclusivo para contratação de energia solar, resultando em preços competitivos e a contratação de projetos de grande porte.
2016-2019: O setor solar no Brasil experimenta um rápido crescimento, impulsionado pela redução nos custos dos equipamentos fotovoltaicos, políticas de incentivo e maior conscientização sobre os benefícios da energia solar.
2020-presente: A energia solar continua a se expandir no Brasil, com investimentos em usinas solares de grande escala, projetos de geração distribuída e avanços em tecnologias de armazenamento de energia. O país se destaca como um dos líderes em energia solar na América Latina.
ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL | HIDRELÉTICAS:
Devido a sua extensa rede fluvial, a hidroeletricidade ainda desempenha um papel significativo na matriz energética do Brasil, tornando-o referência mundial neste tipo de energia renovável.
No entanto, embora frequentemente associadas como força de produção de energia limpa, a geração de energia hidrelétrica provoca uma profunda transformação social e ambiental.
Confira alguns destes impactos:
O alagamento de grandes áreas durante a construção e expansão das hidrelétricas fomenta o deslocamento de populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas em regiões próximas;
Acentuação do assoreamento dos rios devido à intensa modificação do fluxo natural da água do rio e dos seus processos hidrológicos;
Supressão da vegetação nativa por meio do alagamento de grandes áreas de floresta para a construção das barragens;
Emissão de gases que intensificam o aquecimento global, como o dióxido de carbono e metano, produzidos por meio da decomposição de matéria orgânica;
Extinção de espécies, em especial, aquáticas, as mais atingidas pela modificação do fluxo de água dos rios;
Desequilíbrio de ecossistemas por meio da transformação das dinâmicas ambientais e da alteração de recursos naturais, como o solo, o ar e a água.
Mesmo que a hidroeletricidade tenha sido historicamente uma fonte crucial de energia para o Brasil, o país tem diversificado suas fontes de energia nos últimos anos, buscando desta forma reduzir a dependência exclusiva da energia hidrelétrica. Isso ocorre, devido a preocupações com a sustentabilidade ambiental, as variações climáticas que afetam a disponibilidade de água e a necessidade de aumentar a segurança energética.
ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL | ENERGIA FOTOVOLTAICA:
Cada vez mais a energia fotovoltaica tem ganhado destaque no Brasil como uma alternativa importante para a diversificação da matriz energética do país reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. O país se destaca ainda, por possuir um enorme potencial para a geração de energia solar devido à sua localização geográfica privilegiada, com alta incidência de luz solar ao longo do ano.
Segundo o estudo do Programa de Sistema Fotovoltaicos da Agência Internacional de Energia (IEA PVPS, na sigla em inglês) o Brasil está entre os 18 países do mundo em que a energia solar tem taxa de penetração superior a 10%. Esse parâmetro estima a contribuição da fonte fotovoltaica para o atendimento da demanda de eletricidade de cada mercado nacional, levando em conta o potencial de geração da capacidade instalada acumulada.
Atualmente, o avanço da energia gerada pela energia solar já é a segunda fonte na matriz elétrica do Brasil, ultrapassando a geração de origem eólica. Segundo a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) a produção de energia solar das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 58,2% na primeira quinzena de abril deste ano, para 3.140 megawatts médios (MWmed), ante 1.984 MWmed no mesmo período de 2023.
A transição energética faz parte de um compromisso global para mitigar os efeitos da mudança climática e envolve acordos internacionais (como o Acordo de Paris). Onde em 2015, em um movimento histórico, 193 países assinaram um tratado internacional sobre mudanças climáticas com metas específicas domésticas para os países (Contribuição Nacionalmente Determinada – NDC).
Confira alguns impactos positivos da energia fotovoltaica:
Redução significante de impacto no meio ambiente, como a diminuição do nível de CO2 injetado na atmosfera e redução do desmatamento;
Desenvolvimento de cadeia produtiva relacionada diretamente ao processamento das matérias primas, fabricação de módulos, controladores de carga, sistemas e componentes elétricos e os inversores;
Geração de empregos (sendo de 25 a 30 empregos diretos para cada MW instalado ao ano). A maior componente de geração de empregos dentro da cadeia produtiva, no Brasil, está relacionada às atividades de Instalação e à área de Projetos.
A crescente demanda pela substituição da matriz energética hidroelétrica pela fotovoltaica vem crescendo por causa das vantagens oferecidas, como redução dos valores das contas de luz, durabilidade elevada do produto (média de 25 anos), baixa manutenção e retorno do investimento em médio ou mesmo curto prazo.
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